terça-feira, 30 de junho de 2009

FOTOS DE SAURIMO...(Para meditar)













































Fotos retiradas do site do Governo Provincial da Lunda-Sul

NOTÍCIAS DE SAURIMO

Transportes Públicos em Saurimo

O transporte público inter-urbano começou ontem, 29/06, segunda-feira, a trilhar as estradas da cidade de Saurimo - Por Rui Castro David (CDI)
O pontapé de saída foi dado pela operadora privada Lumeje Transportes, com as rotas e paragens anunciadas por António Dragão, funcionário da respectiva firma. Ficou-se a saber, que a tarifa por bilhete de passagem é de 50 kwanzas, e os autocarros circulam numa jornada diária de 15 horas, portanto, das 6 da manhã às 19 horas.
A população já reagiu de forma satisfatória, e pede que haja civismo durante a utilização dos mesmos pelos passageiros.
Vale lembrar que estes meios públicos pertencem ao lote de 85 autocarros recentemente ofertados à província pelo governo central.
(Notícia extraída do site do Governo Provincial da Lunda Sul)

domingo, 28 de junho de 2009

O NOSSO COMANDANTE

Henrique de Carvalho - 1972



Figueira da Foz - Almoço Convívio - 1996
Neste trabalho não podia deixar de falar no nosso comandante. Pois foi ele, que a gosto de uns e nem tanto de outros, comandou e zelou por todos aqueles que fizeram parte do nosso Batalhão.
E muito há para dizer sobre a sua pessoa, mas não o consigo fazer, pois não tenho capacidade documental, nem pretendo fazer aqui um trabalho sobre toda a sua vida.
Recolhi alguma informação que vou transcrever, ficando convencido que outros pormenores importantes ficam por dizer, mas estou sempre disponível para os acrescentar, caso os visitantes deste espaço me dêm conhecimento deles. Isso contribuirá para enriquecimento deste trabalho.
  • NOME: Manuel Carlos Pereira Alves Passos Esmeriz
  • DATA DE NASCIMENTO: 16 de Setembro 1919
  • NATURALIDADE: Foz do Douro - Porto
  • DATA DO FALECIMENTO: 04 de Abril de 2004 - Hospital Mililitar do Porto
  • DEPÓSITO DO CORPO: Igreja da Lapa
  • SEPULTURA: Cemitério da Foz do Douro - Porto
1. CARREIRA MILITAR
  • 1939 - Escola do Exército. Seguidamente, assentou praça no Regimento de Infantaria nr. 8 em Braga, onde foi mais tarde 2º e 1º Comandante;
  • 1949 - Comissão voluntária em Moçambique, onde permaneceu durante seis anos;
  • Comissões no Ultramar na guerra colonial: 1 na Guiné e 2 em Angola, a última em 1970/1972;
  • Comandante do Sector Militar da Lunda;
  • Comandante do Regimento de Infantaria nr. 6 / Porto;
  • Comandante da Região Militar do Porto (após o 25/Abril/1974);
  • Comandante da Guarda Nacional Republicana, 1975/1983
2. ÚLTIMAS PROMOÇÕES
  • Coronel - 19/Maio/1971
  • Brigadeiro - 12/Setembro/1974
  • General - 09/Fevereiro/1976
3. O QUE OUTROS PENSAM DE SI:
  • Homem de difícil relacionamento em frente de tropas reunidas, é certo, mas com um padrão de disciplina elevado era possuidor de uma cultura muito elevada (afixado por E. Bruno - 22/04/09);
  • Na GNR homem de grande verticalidade e virtuoso militar (afixado por Narciso Correia em 07/07/08);
  • Homem culto e com grande estatura (alguém);
  • No 25 de Abril era Comandante do Reg. Infantaria 6/Porto. Uma das missões deste regimento era o de ocupar o Comando da Região Militar. Não o fez como estava previsto. Só quando foi conhecida a rendição em Lisboa do Presidente do Governo é que o Coronel se apresentou no Posto de Comando da Região. Foi promovido a Brigadeiro para comandar a Região Militar do Porto. A sua acção na forma como desempenhou o cargo foi importante, pois nunca tomou qualquer decisão sem que a apresentasse a um Estado Maior para discussão e aprovação, revelando-se, assim, fundamental para resistir às confusões sociais e às que as forças políticas criavam. (Fonte: Centro Documental 25 de Abril - Universidade de Coimbra - parte do relato de memória pelo Cor. Art. António Diniz Felgado Fonseca - Dez/07)
4. O QUE EU PENSO:
  • No espaço de tempo que convivemos e fomos comandados por esta ilustre figura, retenho na mente coisas boas e outras bastante desagradáveis sobre o seu comportamento, perante todos os elementos que compunham o Batalhão. E na época, as desagradáveis, ainda o eram mais, pelas situações que enfrentavamos: obrigados a estar onde não tinhamos pedido para estar, as saudades, o clima, as faltas de apoio e carinho, etc, etc, tudo era mau. Claro que não estavamos à espera de facilidades, mas, também, não era justo sermos tratados por "mais uns". Não esqueço, jamais, o dia a seguir à nossa chegada ao Campo Militar do Grafanil, no acto de apresentação ao Comandante da Região Militar, com um calor sufocante, que para nós era novidade; vindos de dez dias de mar, mal dormidos (a maioria no chão); alguns sem pequeno almoço, pois o mesmo não chegou para todos; os acontecimentos pouco dignificantes que se passaram;
  • Em Henrique de Carvalho, nas suas chegadas ao quartel, havia sempre qualquer coisa que corria mal. Quando chamava alguém para fazer uma observação, com ou sem razão, tinha sempre atitudes nada agradáveis para o observado;
  • Sempre que ia ao cinema quantas vezes a sala ficava sem militares ao intervalo. Havia sempre problemas, e era de bom senso evita-los;
  • Mas o seu comportamento era praticamente igual para todos. Praças, sargentos e oficiais eram presa fácil para ele. Nunca me constou que tivesse sido fisicamente violento com as duas últimas classes, mas a alguns chegou a desenhar-lhes na cabeça o corte de cabelo a fazerem;
  • O seu comportamento começou a mudar com a chegada da sua esposa, Exmª. Senhora D. Manuela, pessoa totalmente oposta a ele em termos de temperamento. Senhora com uma educação e trato exemplares, que nos diálogos que mantinha com ele, começavam quase sempre com as imposições dele, mas que se alteravam face às palavras dela. Seria que ele, tal como nós, sentia a falta de carinho e aconchego? Talvez....
  • As coisas mudaram, o seu comportamento perante todos sofreu alterações, substitui-se, em parte, o receio por respeito e lá fomos convivendo;
  • Começaram a aparecer situações agradáveis. Passou a ter interesse nas nossas actividades mais elementares. Aparecia muitas vezes, claro acompanhado pela esposa, a jogos de futebol e andebol. Tinha palavras de incentivo, recordo que as teve comigo no final de um jogo. Enfim era outra pessoa;
  • Com o chegar do fim da comissão não facilitou. Começou bem cedo a tratar do nosso regresso. Viemos primeiro do que batalhões que tinham mais tempo que nós. Embora tivessemos ido para Luanda em camiões, coisa que não nos importou, pugnou sempre pelo nosso bem estar. De Luanda para Henrque de Carvalho, na nossa chegada, viajamos de autocarro, pelo que me apercebi não era muito normal;
  • Já na nossa chegada a H. C., não havendo camas disponíveis nas casernas, pois ainda se encontrava lá a companhia que fomos render, contra o que estava previsto, passou o refeitório para o parque de viaturas e o refeitório passou a dormitório. Assim, dormiu-se num local fechado;
  • Mais importante, não deixou ninguém com processos disciplinares pendentes. Tudo resolveu, a tempo, para que todos viessemos juntos. Até alguns que foram mais tarde não foram esquecidos;
  • Tive oportunidade de conviver de perto com ele nos convívios em que esteve presente. Fiquei com uma impressão muito favorável a seu respeito, notei que era uma pessoa com uma bagagem extraordinária, com conhecimentos históricos sobre Portugal e do mundo, que me impressionaram. De fácil trato, não deixando, porém, de se notar que se estava perante um militar;
  • A última vez que privei com ele e com a sua esposa foi no convívio em Leça da Palmeira. Enquanto o pessoal não chegava da missa, à qual eu e minha esposa não tinhamos ido por termos chegado atrasados os encontrámos já no restaurante. Aproveitamos e conversamos, mas nada de tropa, falamos da vida e dos filhos de ambos e dos seus netos. Foi agradável.
  • Com o tempo, fui-me convencendo, que embora, muitas vezes tenha sido bastante duro com todo o pessoal que comandou, sempre se interessou e zelou por eles perante os seus superiores.
  • Estive presente no acto do seu funeral. Outros camaradas nossos também lá estiveram.
  • Por fim, nunca consegui, que me lembre, saber a proveniência do seu apelido de "ASA NEGRA".

DIA DE CAMÕES

10/JUNHO/1971
Suponho que nesta data o dia só era da Raça ou Camões e não como agora de: Portugal de Camões e das Comunidades. Data que foi comemorada no nosso Quartel. Todo o pessoal, disponível, esteve presente no hastear da Bandeira junto à porta de armas. Seguidamente, na parada, todos assistiram a uma palestra sobre o significado do dia. Como era feriado nacional, todos puderam sair. Houve uma manhã desportiva, com um jogo de futebol-salão e outro de andebol. Deste é que me recordo com mais pormenores; foi entre as praças e os oficiais e não passou de uma brincadeira. Resultado final: Praças 28 - Oficiais 20.
À tarde, na cidade, aberta a todos, houve uma prova de atletismo. Muito entusiasmo antes e pouco interesse no seu decorrer.
(Tirado do meu baú de recordações)

TOYOTA - PUBLICIDADE

04/JUNHO/1971
A formação desportiva do Pelotão de Transmissões, que passeou a sua classe em vários eventos, conseguiu um patrocínio, importante, para desenvolver a sua actividade. Foi uma firma de Luanda, Imauto - Industrial de Máquinas e Equipamentos, SARL, representante da marca de automóveis Toyota, que depois de contactada e sabedora da classe e prestígio do conjunto, o resolveu equipar. Assim, nesta data recebemos o referido equipamento. Lembram-se?; camisola vermelha com golas e mangas debruadas a branco, calções pretos e meias vermelhas, com o logotipo da Toyota pregado nas camisolas. No nosso regresso, na passagem por Luanda, visitamos a referida firma, fazendo-lhe a entrega de uma taça que conquistamos e de uma foto da equipe. Fomos muito bem recebidos e agradeceram-nos a nossa colaboração publicitária. Estavamos no início do aproveitamento do desporto para fins publicitários e nós Transmissões já lá estavamos.....
Recordem os das fotos:
  1. Individual - Amaral
  2. Colectiva - De pé - Santos, José Henriques, Oliveira (STM) e Amaral - Em baixo - Barroso, Lopes e Victor

(Tirado do meu baú de recordações)


quinta-feira, 25 de junho de 2009

LEVANTAMENTO DE RANCHO? NÃO

  • Comia-se muito mal naquele refeitório. Fraco e pouco. Todos nós sentiamos um mal estar, muito grande, quando iamos ao refeitório. Este descontentamento levou a que durante a tarde 14 de Setembro de 1970 andasse uma das "vitimas", que não pertencia à nossa companhia, a influenciar para que ao jantar ninguém comesse. Tal gerou alguma expectativa, e à entrada para o refeitório havia algum barulho a mais do que o habitual. Não sei se o oficial de dia tinha conhecimento do assunto. Se tinha não teve a perpiscácia suficiente para lidar com o mesmo, pelo contrário, chegou mais fogo à fogueira. Não queria barulho, barulho havia sempre, e resolveu pôr toda a gente em sentido durante mais de cinco minutos. Deu ordem para não serem entregues as licenças de recolher e informou que não deixaria sair ninguém do quartel. Entretanto, mandou sentar e ninguém se sentou. Mandou entregar as dispensas, e também, não resultou. Percebeu que não conseguia controlar a situação, tinha perdido o poder que a função lhe dava. Resolveu mandar chamar um graduado acima de si, que ainda estivesse no quartel. Veio o Major Carvalhais, pessoa respeitada por todos. Este deu ordens de sentido, sentido correcto, deu uma volta ao refeitório, deu uns safanões a quem não estava como ele queria e ao fim de alguns minutos mandou sentar. Houve uma certa hesitação, mas à sua segunda ordem todos se sentaram e comeram. Para cúmulo a refeição não era das piores que apresentavam.
  • Claro que o caso não morreu aqui. Conseguiram saber quem foram os mentores e o considerado principal esteve preso cerca de 20 dias. O processo seguiu para Luanda. Nada mais soube do que se passou a seguir. O militar em causa já tinha acabado a comissão e aguardava embarque.
  • A não nomeação do nome do oficial de dia em causa é intencional. Não pretendo com a crónica ferir a sua dignidade, mas somente dar a conhecer um caso que pertence à nossa história.
(Tirado do meu baú de recordações)

DESPORTO

Domingo 14/Março/1971
Neste dia disputou-se um jogo de andebol de sete, entre as equipes do Batalhão e da Força Aérea.
Resultado final: BATALHÃO - 21 / FORÇA AÉREA - 17
Cá a rapaz marcou 7 golos. Eu era um terror para os guarda-redes....
(Tirado do meu baú de recordações)

PÁSCOA 1971

A Páscoa em 1971 foi no dia 11 de Abril. Data que tem bastante significado na nossa cultura. Na nossa guerra não passou despercebida. Houve alguma atenção por parte dos maiorais que se reflectiu, principalmente, na comida. Passo a seguir a indicar a ementa do dia, no refeitório dos praças:

PEQUENO ALMOÇO
- O Tradicional

ALMOÇO
- Pão
- Sopa
- Bife com batatas fritas (era mesmo um bife em tamanho e qualidade)
- Vinho e Cerveja
- Fruta em calda
- 1 garrafa de vinho do Porto para cada mesa

JANTAR
- Pão
- Sopa
- Cabrito assado
- Vinho (à noite não costumava haver)
- 1 laranja
(Tirado do meu bau de recordações)

MELHORIAS

Por volta do dia 20 de Abril de 1971, foram distribuidos, a todos, colchões e almofadas de espuma. Já não era sem tempo, pois os que tinhamos eram fracos e pouco higiénicos. Eram propícios à "cultura" de percevejos". Passamos a dormir melhor e as camas, depois de feitas, ficavam com outro aspecto. Todos ficaram satisfeitos.
(Tirado do meu baú de recordações)

MOVIMENTO NACIONAL FEMININO

A delegação do Movimento Nacional Feminino de Henrique de Carvalho foi reaberta. A sua presidente era a Exª. Senhora D. Manuela Esmeriz. E no dia 16 de Maio de 1971 foi organizada uma tarde desportiva, para angariação de fundos. Teve a colaboração do exército e da força aérea. Do programa constava um jogo de andebol de sete e outro de futebol de salão, entre essas forças. Foram vendidos mais de quinhentos bilhetes. Foi uma tarde bem passada.
(Tirado do meu baú de recordações)

COLABORAÇÃO

DE CERTEZA QUE TIVESTE CASOS BONS E MAUS DURANTE O PERÍODO QUE ESTIVEMOS JUNTOS. CONTA A TUA HISTÓRIA, CONTA-A TÚ, NA PRIMEIRA PESSOA, NÃO DEIXES QUE OUTROS A CONTEM POR TI, POIS TÚ SABES MELHOR DO QUE NINGUÉM TODOS OS PORMENORES.

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quarta-feira, 24 de junho de 2009

FOTOS CONVÍVIO 2009






Olha o Domingues (maqueiro), tão sorridente que está.....

FOTOS CONVÍVIO 2009





Da esquerda para a direita: Silva, Fur. Peneda, Marques, Fur. Xavier e Martins. De costas o Antunes

FOTOS CONVÍVIO 2009






O Raúl a "botar" faladura, sempre muito eloquente

FOTOS CONVÍVIO 2009




Em primeiro plano o Lopes (cozinheiro) estava no refeitório dos sargentos. Os outros estão identificados em fotos seguintes. Aqui bebeu-se muita água, sinais dos tempos, quem andou não tem para andar

FOTOS CONVÍVIO 2009




Este é Francisco Pinto (bate-chapas), costuma estar em todas.

FOTOS CONVÍVIO 2009



Este é o Amaral (barbeiro), era com este sorriso que punha a mão na cara de toda a tropa, não olhava a postos.

Do que se estará a rir o Furriel Teixeira?, mas o Gomes também se ri. Sinal que o almoço estava animado

terça-feira, 23 de junho de 2009

FOTOS CONVÍVIO 2009





O Lima (sacristão) mais o Jerónimo (condutor) a chegarem ao restaurante

FOTOS CONVÍVIO 2009




Cerimónia do corte do bolo. O capitão Fernandes com a colaboração do João Ferreira, cozinheiro. O Ferreira foi a primeira vez que esteve presente num convívio.

FOTOS CONVÍVIO 2009









Conhecem-no? Sempre o mesmo barulhento. Não há sossego ao lado dele

FOTOS CONVÍVIO 2009



O BOLO, COM A LEGENDA 37 ANOS DEPOIS....

FOTOS CONVÍVIO 2009





Os mesmos de uma das fotos seguintes, mas mostrando o Latas e ao fundo, a espreitar, o Amaral (barbeiro)

segunda-feira, 22 de junho de 2009

FOTOS CONVÍVIO 2009





A mesa de honra:

Alferes Pimentel, Capitão Fernandes e Alferes Amaral

FOTOS CONVÍVIO 2009



Uma foto da mesa. Os netos já aparecem. É o do Adrião, que desta forma mostra o rebento e a sua careca.
Vêm-se, também, o Coelho(Caixeiro), o Sebastião (Padeiro) e o Catalino (Mecânico).

domingo, 21 de junho de 2009

FOTOS CONVÍVIO 2009

Igreja de Nossa Senhora da Apresentação, onde se realizou a missa anual

O Padre Rui Barnabé, que celebrou a missa anual

sábado, 20 de junho de 2009

ALMOÇO CONVÍVIO / 2009

Conforme estava programado realizou-se hoje, dia 20 de Junho, o habitual almoço convívio anual da CCS do nosso Batalhão. Foi na cidade de Aveiro no restaurante Adamastor.
O pessoal, proveniente de vários pontos dos país, com predominância do Norte, começou a concentrar-se pelas 9,30 horas junto à Praça do Rossio. O primeiro a aparecer foi o Martins, clarim, que viajou lá das terras transmontanas com a sua esposa, e para chegar a tempo veio no dia anterior e pernoitou em Aveiro. Este "sacrifício" é demonstrativo do prazer que tem em encontrar-se e reviver momentos com todos aqueles que algo lhe dizem. Passados algum tempo e com o grupo a engrossar o silêncio que reinava no local desapareceu, dando lugar a efusivos abraços e cumprimentos e consequentemente a barulho. Todos queriam sobrepôr a sua voz à do parceiro ao lado para relembrar um "filme" que se calhar estava esquecido, ou que todos já conheciam. Mas é assim todos os anos, e bom será que assim sempre seja.

Segui-se a celebração de uma missa. Missa essa, que com o devido respeito se homenageou todos os camaradas já falecidos, sendo lembrados os que nos deixaram após o anterior convívio, casos do António Ferreira Cardoso e do José Vieira Queirós Rodrigues. Lembrada foi, também, a esposa de um outro camarada que nosso que nos acompanhou em bastantes convívios. Foi celebrada pelo padre Rui Barnabé, um jovem padre, que é Director do Secretariado da Pastoral Juvenil e Vocacional de Aveiro. Pelo seu testemunho e pela forma que fez a prelecção da homilia conseguiu cativar todos e fazer prender a suas atenções para aquilo que nos tentou comunicar.

A cerimónia realizou-se na Igreja de Nossa Senhora da Apresentação, igreja paroquial da freguesia de Vera Cruz, templo construído no século XVIII. Monumento com elevado valor artístico; tem a sua fachada em pedra ança e o seu interior revestido a talha dourada, possuindo bastantes imagens destacando-se a da Virgem em alabastro e no estilo gótico.

Depois do cumprimento das obrigações, lá fomos para o repasto. Animado pela boa disposição dos presentes, continuaram-se a ouvir as estórias, que como atrás já foi dito algumas já têm barbas, mas é sempre bom voltar a ouvi-las. E há-as para todos os gostos. Na mesa, a presidi-la, esteve o Capitão Fernandes, ladeado pelos Alferes Amaral e Pimentel. Comeu-se umas entradas, uma sopa e a seguir bacalhau, tudo regado com vinhos, águas, sumos, etc, etc., cada um bebeu o que lhe apeteceu. Claro, a seguir vieram as intervenções orais de vários elementos. O primeiro foi o Raúl, que agradeceu a todos os presentes a sua disponibilidade para uma vez mais aparecerem, não o deveria ter feito, pois ele é que merecedor dos agradecimentos de todos pela sua disposição para organizar estes eventos. Leu diversas mensagem que lhe foram dirigidas por alguns ausentes, caso de maior destaque da Exª. Senhora D. Manuela Esmeriz, que desejou a todos os rapazinhos tudo de bom e do Senhor Coronel Carvalhais, ambos apresentaram as suas desculpas pela ausência. Mas muitos mais o fizeram nos mesmos moldes. Passou-se à questão mais quente que foi a tentativa de marcação do convívio do próximo ano. Aqui conclui-se que situação não era pacífica, pois notou-se a falta de camaradas da zona de Lisboa, alguns costumam estar presentes em todas, (concluí que a sua ausência se deveu ao facto de terem querido que o almoço deste ano tivesse sido na capital, ou seus arredores, não o conseguiram e talvez tenham ficado zangados, falta saber...). A opinião de vários é de que sendo a maioria do pessoal do Norte que se deve procurar zonas que sejam do agrado de todos, zonas centrais. Falou o Furriel Xavier, propondo-se a fazer o convívio em Viana do Castelo e que achava que a falta dos "lisboetas" não se deveu ao local, pois quando fez um anterior convívio em Viana os mesmo comparecerem de autocarro, eu como assistente apercebi-me, se estou enganado peço desculpa, que o problema deveria ser outro. A opinião do Raúl foi a de que deveria ser em Lisboa, pois pelo simbolismo da data, quarenta anos de embarque, isso o merecia. Indicou o Alferes Amaral para a organização do mesmo. Nada foi resolvido, e só o foi quando o mesmo Raúl se dirigiu à parte feminina, que era numerosa, para essa decidir o local, assim ultrapassou-se a questão, vai ser em Lisboa e ninguém se opôs. Anteriormente já o Capitão Fernandes tinha dado a sua opinião, deveria ser em Lisboa.

E a seguir comeu-se o bolo comemorativo, bebeu-se champagne, deram-se abraços e fizeram-se as despedidas.
Resta acrescentar que estiveram presentes 34 militares e seguramente tantas ou mais presenças femininas, eram bastantes e como eram todas bonitas e simpáticas os meus olhos perderam-se, com isso, e não as consegui contar....Perdoem-me os maridos e acompanhantes.
ATÉ AO ANO

sexta-feira, 19 de junho de 2009

VIAGEM DE REGRESSO



Para a grande maioria foi o baptismo aéreo, era necessário estarmos ao corrente do que ia acontecer. A vontade de chegar ultrapassou tudo, ninguém teve medo, nem se recusou a embarcar.
(Tirado dos meus arquivos ultramarinos)

DOCUMENTOS

TUDO COMEÇOU COM ESTE PAPEL

DOCUMENTOS / JUSTIFICAÇÃO


Para o caso das nossas mulheres, noivas, namoradas, pais, irmãos, amigos e até patrões duvidassem onde nós tinhamos estado durante tanto tempo, e para evitarmos quaisquer tipos de problemas deram-nos este documento!!!!! Sempre a zelaram por nós, não fosse o diabo tecê-las.

DOCUMENTOS / ANIVERSÁRIO





FAZ HOJE 37 (TRINTA E SETE) ANOS
QUE PASSAMOS À "PELUDA", CONFORME MOSTRA O DOCUMENTO, MAS AINDA EM GOZO DE FÉRIAS. COMO ERAM NOSSOS AMIGOS!!!!!.
AINDA QUERIAM QUE NOS APRESENTASSEMOS EM ABRANTES NO DIA 17 DE JULHO, ÀS 08H00. SERIA PARA PAGAREM O SUBSÍDIO DE FÉRIAS?
(tirado do meu baú de recordações)

EFEMÉRIDES ( VI )

Em 29 de Abril de 1972, Sábado, foi inaugurada uma nova sala de cinema na cidade, a quem foi dado o nome de Cinema ou Cine Chicapa.
Esta sala reunia boas condições para os efeitos que foi criada. Não só para cinema, mas, também, para teatro e espectáculos de variedades. A sua capacidade rondaria os setecentos e trinta lugares sentados. Na sua construção colaboraram diversos militares da nossa Companhia: o Raulino e o Toni (sapador ou reconhecimeto) são aqueles de que me recordo, mas certamente que andaram por lá outros.
Com a guerra o mesmo ficou bastante degradado, e durante cerca de vinte anos esteve ao abandono. Entretanto, foi recuperado e reinaugurado. Foi exibido um filme e houve um espectáculo de variedades com os artistas convidados Kely Silva e Carina. No acto estiveram presentes o governador provincial Marcial Itengo e o Bispo da Diocese de Saurimo D. Eugénio Del Corso.
(Tirado do meu baú de mémórias e um resumo da notícia da AngolaPress)

quinta-feira, 18 de junho de 2009

FOTOS

OLHA QUE CINCO: Amaral (Op.Msg), Vieira (Rad.Mont), os criptos José Henriques e Amândio e atrás o penteadinho Zé Fernandes (Comp. Transportes).
O Zé e o Amândio não pertenciam ao nosso Batalhão.

FOTOS

Esta era a"famosa e temida" equipe de voleibol do Batalhão. Nunca mais houve outra que a suplantasse, pois não, nunca mais se praticou esta modalidade... Foi em 1970 e ficamos em 3º lugar no torneio, não subimos ao pódio por o mesmo não existir. Lembram-se deles, aqui fica os seus nomes: Maj. Carvalhais, 1º Cabo Amaral, 1º Sarg. Costa, Furriel Sousa, 1º Cabo José Henriques, Furriel Jorge Monteiro e Alferes Amaral.
(Tirada do meu album de fotografias)

EFEMÉRIDES ( V )

No dia 12 de Julho de 1971 esteve em Henrique de Carvalho o grande actor de teatro, já falecido, PAULO RENATO. Houve um espectáculo para os militares. Para este já houve bilhetes para o pessoal das Transmissões, que não foram levantados. (ver efemérides IV)
(Tirado do meu baú de recordações)

EFEMÉRIDES ( IV )

No dia 05 de Julho de 1971 esteve na cidade o grande actor Raúl Solnado e a sua companhia a apresentar a comédia "Vison Voador". Deram dois espetaculos, um para os militares e outro para o civís. O dos militares incluia a Força Aérea, por isso os bilhetes foram entregues 50% a cada parte. Como a sala era pequena os ingressos foram rateados. Assim, foram distribuidos por todas as especialidades proporcionalmente com os seus homens. Mas a todas não; às Transmissões não calhou nenhum e eram dezanove homens. Esta situação levou a que o seu Alferes fosse perguntar o motivo de tal atitude e obteve como resposta o seguinte: não há bilhetes para os seus homens nem lhe dou satisfações. Para o Alferes e Furriéis havia bilhetes, mas eles como protesto não os levantaram. Seguidamente convidaram os seus subordinados a assistirem, a suas expensas, ao espectaculo realizado, à noite, para os civís. Grande "barraca" com comentários de todos os quadrantes a favor dos ofendidos. Estou convencido que este caso não chegou aos altos comandos.
Nota: (Não faço referência à pessoa que fez a distribuição dos bilhetes para não ferir susceptibilidades, pois não é esse o motivo da notícia, mas sim o de lembrar um caso nada feliz).

EFEMÉRIDES ( III )

No dia 06 de Setembro de 1971 o Comandante Chefe das Forças Armadas de Angola esteve no nosso quartel. Como não poderia deixar de ser houve uma cerimónia militar na parada. Motivo da sua visita: não era de nosso interesse....
(Tirado do meu baú de recordações)

SAÚDE


Em Janeiro de 1972 foi detectado um surto de cólera em Angola. Em Henrique de Carvalho não houve nenhum caso, todavia, todos os militares foram vacinados com duas doses de uma medicação para que os seus organismos se fortalecessem, a fim de fazerem frente a essa infecção.

terça-feira, 16 de junho de 2009

MAPA DA LUNDA



FOI POR AQUI QUE ANDAMOS. HOJE HÁ LOCALIDADES QUE JÁ NÃO TÊM O MESMO NOME

EFEMÉRIDES ( II )

Num dos dias da semana de 22 a 28 de Agosto de 1971 houve festa na cidade. As ruas foram embandeiradas. Motivo: o então Ministro de Ultramar, de seu nome Joaquim Moreira Cunha Silva foi a Henrique de Carvalho. Este ministro ocupou o cargo durante oito anos. A causa da sua visita desconheço, sei sim, que apoiava o projecto de aliciamento a Jonas Savimbi para que este fizesse frente ao MPLA, no Leste de Angola, dificultando, assim, o avanço desse movimento, claro que para tal tinha contrapartidas. Coisas da guerra suja.
(Tirado do meu baú de recordações)

ACONTECIMENTOS

O batalhão foi convidado a marcar presença, com uma equipe, num torneio de basquetebol, organizado na cidade. Foi aceite mas não havia equipamentos para o efeito. O oficial, alferes, que tomou conta da situação comprou um: camisola branca com riscas verdes, à sporting, e calções brancos. O seu custo foi de Esc. 1 800$00 e o dinheiro saiu da Acção Psicológica, com o conhecimento de um dos Majores, entendo que tenha autorizado. Quando o comandante teve conhecimento de tal, chamou o dito alferes e obrigou-o a repôr o valor, dando-lhe para efeito 24 horas, caso contrário movia-lhe um auto. Este recorreu a todos os elementos da equipe para que contribuissem para o efeito. Sinceramente não me lembro se tal veio a acontecer. Esta situação causou, como é natural, um mau estar entre todos aqueles que tiveram conhecimento do sucedido. E qual foi a reacção perante o comandante: foram-lhe entregues dois trofeus ganhos pelas nossas equipes. Assim
3º lugar no torneio de voleibol e taça de correcção e disciplina no basquetebol. O referido major ficou de falar com o comandante para ver se ele devolvia o dinheiro. Não me lembro, também, do final de tão estranho acontecimento.
(Tirado do meu baú de recordações)

domingo, 14 de junho de 2009

EFEMÉRIDES ( I )

DIA 27/ABRIL/1972
Fazia dois anos do nosso embarque. Foi uma data considerada na companhia, a todos os níveis, como um dia feriado. De manhã só trabalhou quem estava de serviço. A tarde foi livre, pode-se saír. O rancho foi melhorado. Houve quem metesse umas "cucas" a mais que motivaram algumas zaragatas. Realizou-se uma "tarde desportiva" organizada pelos oficiais e sargentos. Eis uma reportagem de tal tarde. "Os oficiais e sargentos resolveram dar um espectáculo para os praças, pagando-lhes assim pelos muitos jogos que fizeram e eles assistiram, ajudando-os a passar o seu tempo. Os sargentos jogaram futebol de onze e deram bronca, muitos deles nem sabiam dar um chuto na bola..., uns novos outros nem tanto lá se entenderam. Os oficiais, como eram menos, jogaram futebol de salão. Foi um jogo animadissimo, com pontapés no ar e nas pernas dos adversários. O capitão e o capelão também jogaram, ou não fossem oficiais. O árbitro foi o 2º comandante. O comandante foi o júri. Enfim foi uma tarde bem passada".
(Tirado do meu baú de recordações)

quinta-feira, 11 de junho de 2009


ESTA FOI A MENSAGEM QUE MAIS GOZO ME DEU EM RECEBER E REENCAMINHAR DE TODAS AS QUE RECEBI DURANTE A NOSSA COMISSÃO. COMUNICAVA A DATA DO NOSSO REGRESSO. PARA AS MINHAS RECORDAÇÕES FIZ UMA CÓPIA, QUE AINDA HOJE GUARDO.

AO REMEXER O MEU BAÚ DE RECORDAÇÕES, ENCONTREI ESTE POEMA QUE DESCONHEÇO QUEM FOI O SEU AUTOR, EM QUE JORNAL FOI PUBLICADO NEM A DATA DA SUA PULICAÇÃO. FOI-O, NO ENTANTO, ENQUANTO ESTIVEMOS NAQUELA PARAGEM, E NÃO DEIXA DE SER UMA CRITICA, ENGRAÇADA, ÀS CONDIÇÕES QUE A CIDADE TINHA, PRINCIPALMENTE QUANDO DA NOSSA CHEGADA À MESMA.

domingo, 7 de junho de 2009

HENRIQUE DE CARVALHO

Todos nós, então militares da CCS/BAT CAC 2911, que passamos um pouco da nossa vida na cidade de Henrique de Carvalho, hoje Saurimo, provavelmente desconheciamos a personagem que deu o nome àquela localidade.
Desconheciamos porque nos mandaram para lá e nada nos contaram, pois não era importante nem prioritário. Além disso, quase todos nós estavamos por lá obrigados e não tinhamos pachorra para essas coisas. O tempo, entretanto, passa e à distância damos por nós a recordar e a interessarmo-nos por tudo que vem à nossa memória da passagem por tal sítio. Neste contexto, sempre que me surge algo sobre Henrique de Carvalho eu presto a máxima atenção e até guardo documentos. É o caso da crónica que poderão ver clicando no link no final do texto, sobre a ilustre pessoa que foi Henrique de Carvalho, procurando dessa forma dar a conhecer, a quem ainda não saiba, quem foi o mesmo. Pelo que nos é narrado foi um militar de grande coragem e personalidade, pelo que nos devemos sentir orgulhosos por as nossas vidas acabarem, indirectamente, por ficarem ligadas ao seu nome.
Viagens Na História - Tempo Livre Set 07

sábado, 6 de junho de 2009

AVEIRO

Já que vamos estar nesta cidade é bom conhecermos algo sobre a mesma:
O nome mais antigo que se conhece de Aveiro é o de "SUIS TERRAS IN ALAURIO ET SALINAS", datado de 959. Foi elevada à categoria de vila no SECULO XIII e desenvolveu-se na periferia da Igreja de S. Miguel, onde fica situada, presentemente, a Praça da República. Essa zona foi rodeada por muralhas no reinada de D. João I, no SEC XIV. A sua demolição ocorreu no SEC XIX.
Aveiro desenvolveu-se com a entrada no Convento de Jesus da Infanta D. Joana, filha do rei D. Afonso V, que faleceu a 12 de Maio de 1490. A sua estada na cidade motivou grandes melhoramentos na mesma.
Dada a sua excelente posição geográfica fixou muita população, desenvolvendo-se a salinagem e as pescas.
Foi elevada à categoria de cidade por D. José I em 1759. É diocese desde 1774 instituida pelo Papa Clemente XIV.
Mais tarde a passagem da linha férrea LISBOA/PORTO foi factor decisivo para o seu desenvolvimento industrial e comercial.
Presentemente possui uma UNIVERSIDADE que já se consagrou pela investigação que faz.

(Resumo da Bibliografia: "Dias, Diamantino, Revista Aveiro)

Igreja das Carmelitas (Museu de Santa Joana)

Reitoria da Universidade

Edifício de Arte Nova - Casa Major Pessoa

Canal Central

Avenida Lourenço Peixinho e Rua Alves dos Reis




Memorial a Zeca Afonso

Parque do Rossio

Sé - Igreja de São Domingos


Salinas

ALMOÇO CONVÍVIO 2009

É JÁ NO PRÓXIMO DIA 20 DE JUNHO (SÁBADO), QUE SE REALIZA O HABITUAL ALMOÇO CONVÍVIO, ANUAL, DA CCS DO BATALHÃO DE CAÇADORES 2911. O MESMO IRÁ SER EFECTUADO NA CIDADE DE AVEIRO NO RESTAURANTE ADAMASTOR, QUE FICA NA PRAÇA DO PEIXE, MESMO NO CENTRO DA CIDADE, MUITO PERTO DA PRAÇA DO ROSSIO. A CONCENTRAÇÃO SERÁ FEITA NESSA MESMA PRAÇA A PARTIR DAS 10H30M. PELAS 12H00 SERÁ CELEBRADA UMA MISSA EM HONRA DOS NOSSOS CAMARADAS JÁ FALECIDOS.
A ORGANIZAÇÃO ESTÁ A CARGO DO RAÚL, E AS MARCAÇÕES DEVERÃO SER EFECTUADAS PARA ELE, PELOS SEGUINTES MEIOS:
VIA CTT - RAÚL REINA RAMOS - Trav. Manuel Gouveia, 26 - 4450-723 LEÇA DA PALMEIRA
TELEFONE - 229957123
TELEMÓVEL - 967602204