sábado, 30 de abril de 2016


REGIMENTO DE INFANTARIA NR. 2 

Historial

A primeira unidade do Exército Português a adoptar a designação "Regimento de Infantaria n.º2", foi o antigo Regimento de Infantaria de Lagos, com origem nas Ordenanças de Lagos criadas em 1570 e que passou a denominar-se "RI2" em 1808.
No entanto, o moderno RI2 tinha origem, não naquela antiga unidade, mas sim no Regimento de Granadeiros da Rainha, unidade de elite criada em 1842, responsável pela guarda pessoal da Rainha II D. Maria
Em 1855, o regimento adopta a actual designação de RI2, que manterá ao longo do resto da sua história, com excepção do período de 1977 a 1993 em que foi chamado Regimento de Infantaria de Abrantes.
O regimento manteve-se aquartelado em Lisboa, desde a sua criação em 1855, até 1918. Em 1918 foi transferido para Abrantes para onde hoje se situa a biblioteca de Abrantes, tendo mudado de instalações em maio de 1955, para ao Quartel de São Lourenço, onde esteve até ser extinto em meados de 2006.

Cronologia

1842 - Criação do Regimento de Granadeiros da Rainha (RGR);
1846-1847 - O RGR participa nas campanhas civis a favor do governo de D. Maria II;
1855 - Transformação do RGR em Regimento de Infantaria n.º 2;
1895 - Forças do RI2, sob comando do coronel Eduardo Augusto Rodrigues Galhardo, participam na campanha contra os vátuas, em Moçambique, estando presentes na captura de Gugunhana em Chaimite;
1917 - Um dos batalhões do RI2 é incorporado no Corpo Expedicionário Português, sendo enviado para França onde combate na frente ocidental da 1ª Guerra Mundial;
1918 - Transferência do RI2 de Lisboa para Abrantes;
1941-1944 - Por ocasião da Segunda Guerra Mundial o RI2 destaca forças para Cabo VerdeAngolaMoçambique e Timor;
1955 - Um Agrupamento Táctico do RI2, com um efectivo de 4.000 homens é integrado na  Divisão portuguesa da NATO;
1961-1975 - O RI2 incorpora, treina e mobiliza um total de 52.000 homens para os diverso Teatros de Operações da Guerra do Ultramar, os quais formam 63 batalhões, 30 companhias independentes e 82 pelotões de apoio;
1977 - O RI2 passa a denominar-se Regimento de Infantaria de Abrantes (RIA), assumindo a responsabilidade de organizar, treinar e manter o 2º Batalhão de Infantaria Motorizada (2º BIMoto) da nova 1ª Brigada Mista Independente que substitui a 3ª Divisão NATO;
1993 - O RIA readopta a designação tradicional de RI2. O 2º BIMoto é transformado no 2º Batalhão de Infantaria Mecanizada;
1999 - O RI2 assume a função de Centro de Instrução Geral para praças voluntárias e contratadas.
2006 - O RI2 e extinto e nas suas instalações, foi instalada a EPC Escola Pratica de Cavalaria
As suas Armas, escudo e asas do timbre, eram as dos Pereira, de D. Nuno Álvares Pereira, o Santo Condestável.

Quartel do Regimento de  Infantaria 2 - Abrantes

Fonte - Wikipédia (A enciclopédia Livre)

quarta-feira, 27 de abril de 2016



 27 DE ABRIL

FAZ HOJE 49 ANOS QUE PARTIMOS PARA ANGOLA, PARA A GUERRA. Sirvo-me do texto publicado nos 46 anos para assinalar esta data, por achar nele o melhor que os meus sentimentos, e lembrança, têm daquele momento.


Cais da Rocha Conde de Óbidos

Faz hoje 46 anos que partimos para Angola. Eram sensivelmente 12,20 horas quando o navio Pátria largou do Cais da Rocha Conde de Óbidos.  Nesse momento, que acho que jamais esqueceremos, todos nós sentimos um nó na garganta. Sabíamos que estávamos a partir, desconhecíamos se um dia voltaríamos. O ambiente que se vivia no momento era de resignação, voltar atrás não podíamos. Eu considerei-me prisioneiro e, nesse estado mantive-me até pôr os pés, novamente, em terra. Aqui, se quisesse, podia fugir......

Um embarque
Dos momentos antes do embarque, como estava sozinho, fui-me apercebendo de toda a tristeza que invadia os rostos dos presentes na doca. Pais, mulheres, noivas, namoradas, filhos e amigos tentavam animar-se uns aos outros, mas a dor pairava no ar. Por sua vez os militares tentavam ser fortes, sim fortes, pois eles iam para a guerra e na guerra não se pode esmorecer. E lá se fizeram as despedidas, beijos, abraços, palavras de ânimo e votos de muita sorte.

Navio Pátria
Já dentro do navio, todos procuraram a melhor posição para verem e serem vistos por  aqueles que continuavam a acenar em forma de despedida.    
   
 Esta é uma data que marcou as nossas vidas. Há o antes e o  depois......                                                                                             

                                                                                 (Carlos Amaral)

segunda-feira, 25 de abril de 2016



OPVDC - Organização Provincial de Voluntários e Defesa Civil

Esta organização, que conhecemos em Henrique de Carvalho, como o seu nome indica, era formada por voluntários, de ambos os sexos, e tinha como missão prestar auxílio às Forças Armadas e garantir a defesa das populações. Era um tipo de milícia e estava subordinada ao governador-geral ou governador da província de onde estava instalada.  

Embora, o previsto fosse existir em todas as províncias ultramarinas, de então, só em Angola, Moçambique e Timor é que foi criada. Nas duas primeiras teve um papel importante na guerra que nas mesmas ocorria.

O seu emblema tinha uma machete cruzada com um arado. Usavam fardamentos idênticos aos do Exército, sendo a boina preta com o emblema da organização.

A de Angola foi a mais importante das criadas. A sua formação teve como base grupos de voluntários que em 1961 se mobilizaram para defesa das populações, contra os ataques da UPA. Inicialmente, como era natural, foi formada por brancos, mas acabou, com a passagem do tempo, por incluir elementos de raça negra. Chegou a ter mais de 40 000 efetivos.


(Fonte consultada - Wikipédia, a enciclopédia livre)

domingo, 24 de abril de 2016


CINEMAS

A primeira imagem mostra-nos o cinema, que existia à nossa chegada e durante muito tempo. Pertencia ao Clube Desportivo de Saurimo. Tinha uma sala sem grandes condições, mas era o que havia.... Deixou de funcionar quando foi construído um novo, a quem  foi dado o nome de Cine-Chicapa, o da segunda foto, (parece-me recente), este sim, tinha condições muito boas. Nele atuou Amália Rodrigues. Não me lembro a quem pertencia. Sei que durante a guerra civil sofreu muitos estragos, no entanto, foi totalmente recuperado. 

Cinema do Clube Desportivo de Saurimo
Cine - Chicapa



OPERAÇÃO EM ESTUDO

Estávamos em 20 de Julho de 1970, ainda éramos novatos e todo o cuidado era pouco. Assim, todas as operações que se efetuavam eram preparadas ao pormenor.  A foto prova isso, o Xavier, na Sala de Operações, estuda compenetrado o terreno que se ia pisar numa dessas missões. 




Foto envida por Xavier

PELOTÃO DE APOIO DIRETO 2145 (DESPEDIDA)


Este Pelotão estava em Henrique de Carvalho quando lá chegamos. Tinha sido mobilizado pela Companhia Divisionária de Manutenção Militar, do Entroncamento. Embarcaram em 27 de Agosto de 1969 e juntamente com os Pelotões 2146, 2147 e 2148 fazia parte do Batalhão de Artilharia 2883. O seu destino inicial foi Sanza Pombo, (Uige) no norte de Angola. 
Finalizaram a comissão em 1971. Dada a proximidade que havia entre os seus Sargentos e os do nosso Batalhão, organizaram uma festa de despedida, que como era habitual, em tais circunstâncias, meteu um jogo de futebol de salão, que se realizou no dia 20 de Setembro. 
Estas unidades tinham como funções a reparação de viaturas, bem como a sua manutenção. Normalmente encontravam-se junto de um Batalhão, prestando os seus serviços a todas as Forças dessa zona.
A seguir uma foto desse encontro.

Em cima: Basílio, Domingos Martins, Damas, Adão, Magro, Ferreira, Teixeira, Morais, Zarro, Pinheiro e Carvalho.
Em Baixo: Fino, Alex, Barros, Castro, Gestosa, Freitas, César Martins, Ribeiro e Xavier




Fonte consultada: Arquivo Histórico Militar
Foto: Enviada por Xavier

sábado, 23 de abril de 2016


NATAL - 1970

Foto demonstrativa do ambiente que se viveu na Messe dos Sargentos na Noite de Natal. O Xavier e o Jorge Monteiro bem  animados, e o Brito em que pensará?



(Foto enviada por Xavier)



ZÉ  "LAVADEIRO"


Os lavadeiros tiveram um papel importante nas nossas vidas durante a nossa comissão. A eles confiávamos as nossas roupas para serem tratadas. Houve alguns que pelo cuidado e responsabilidade sobrepunham-se a outros. É o caso do Zé, recordo-me bem dele. Além da sua competência, tinha um sentido, bastante elevado, de reconhecimento dos seus clientes, diferenciando-os pelos seus postos, logo das suas possibilidades monetárias. Assim, a sua tabela de preços variava: 80.00 (Escudos) para Oficiais, 60.00 para Sargentos e 40.00 para os Praças. Por esta, e outras, suas atitudes mereceu, sempre, o respeito de todos nós.

O "Zé"


(Foto enviada por Xavier) 

sexta-feira, 22 de abril de 2016


04 - AGOSTO -1971

Nesta data realizou-se, no complexo desportivo de Saurimo, um encontro de futebol em que se defrontaram as equipes do Batalhão e do Pelotão de Apoio Direto 2145. Do resultado final não há memória, fica, no entanto, o registo. A seguir foto da nossa formação.

Em cima: Santos, Raul, Xavier, Ilídio, Maia, Oliveira e Mota
    Em baixo: Cunha, Caldas, Armindo, "Pop" e Adrião
    

quarta-feira, 20 de abril de 2016



PELOTÃO DE SAPADORES

Mais uma foto deste Pelotão


Foto enviada por Xavier (Ex Furriel)

sexta-feira, 15 de abril de 2016



NORATLAS  (NORD)


Estes aviões conhecidos como "Barrigas de Ginguba", sobrevoavam Henrique de Carvalho, muitas vezes, durante a nossa presença nessa cidade. Quando os víamos, desde logo, ficávamos à espera do correio que ele normalmente transportava.
Estes aparelhos pertenciam à Força Aérea de Portugal e começaram a chegar à mesma a partir de 1960. Havia dois modelos: o 2501 sem reatores e o 2502 com reatores. Tiveram um desempenho importante nas várias frentes militares, e nas lutas travadas contra os movimentos pró-independência das então nossas províncias ultramarinas.  
Operavam em qualquer pista, mesmo nas mais curtas, ou até improvisadas. Eram utilizados para transportar carga, veículos terrestres, movimentar tropa e civis, lançar Pára-quedistas em operações, lançamento de víveres, equipamentos, etc. etc.
Em Angola o seu primeiro voo foi entre Luanda e Henrique de Carvalho.


quarta-feira, 13 de abril de 2016



PLACA INFORMATIVA

Ao chegarmos à entrada da cidade deparávamo-nos com esta placa, informando que a partir dela estávamos em Henrique de Carvalho. Pode-se ver nela as inicias da JAEA (Junta Autónoma das Estradas de Angola).



Foto de 1971 - Companhia de Caçadores 2505
KUBATA


Este é o nome de um mítico Restaurante-Bar de Henrique de Carvalho nos anos que passamos nesta cidade. Pertencia à família Barreiros e por lá todos os militares passaram bons momentos. Era praticamente frequentado só por militares, que faziam dele, muitas vezes, o seu segundo refeitório. Comia-se mal, mesmo muito mal, no do quartel e quem tinha possibilidades por lá aparecia para fazer as suas refeições. Os proprietários eram bastante simpáticos e sempre dispostos a colaborar com todos que por lá paravam, ao ponto de quando não havia dinheiro facilitar até o haver.
Recordo-me que à data da nossa chegada era frequentado, praticamente, só por civis. Eu, Carlos Amaral e o Zé Henriques fomos lá logo nos primeiros dias, acompanhados de um cripto que já se encontrava no quartel, suponho que pertencia à Companhia 206, era o Moura, natural de Crestuma, Vila Nova de Gaia, que embora seja da minha zona nunca o encontrei por cá. O ambiente que lá encontramos era um pouco cinzento comparando com aquele que mais tarde se vivia por lá. Tinha uma boa esplanada, julgo que a melhor dos estabelecimentos do género da cidade.

Restaurante-Bar "Kubata"

terça-feira, 12 de abril de 2016


O NOSSO QUARTEL  (II)

Em tempos apresentamos uma foto, aérea, do nosso quartel, esta mostra-nos a sua frontaria, sendo visível a porta de armas e os torreões que a ladeavam.


Foto de José Bernardo

quarta-feira, 6 de abril de 2016


1971 - JANEIRO

Numa tarde esplêndida para a prática do desporto-rei, jogou-se, num Domingo de Janeiro de 1971 no campo de Saurimo, um encontro de futebol, entre a formação representativa da cidade e a equipe do nosso Batalhão. Ambas tentaram pôr em prática todas as sua potencialidades. O ataque à baliza adversária foi a tónica dominante durante todo o encontro. No entanto, a equipe civil, ao invés da nossa, demonstrou algumas fragilidades defensivas, que foram aproveitadas pelos nossos atacantes. No final o resultado cifrou-se em 5 - 2 para as nossas cores. Todos os espectadores vibraram em vários momentos, principalmente na marcação dos golos, mostrando no final o seu agrado pela forma como ocuparam o seu tempo naquela tarde. Em baixo a foto dos nosso atletas.


Em cima: Chilala, Xavier, Rocha, (?), Zé Henriques e Cruz
Em baixo: Dias, Zé Fernandes, Brinca, Canga e Barroso