domingo, 27 de abril de 2025

27 DE ABRIL DE 1972 

 Nesta data estavam passados dois anos do nosso embarque, para cumprimento de uma comissão em terras de Angola. Dois anos era o tempo que estava determinado como sendo o limite da mesma. A partir deste dia só nos restava aguardar a data do embarque para o nosso regressso. Claro, como seria de esperar, esta data foi muito festejada. Houve manifestações de todos os géneros: desporivas até às mais singelas. A classe de sargentos, na sua messe, também a comemorou organizando um repasto, de que a seguir passamos algumas fotos. Pelas mesmas poderemos ver a boa disposição que a todos proporcionou.







 


27 DE ABRIL

Faz hoje 55 anos (1970), que por imposição, embarcamos, no Navio Pátria, para terras de Angola, para cumprimento de uma comissão, que nos diziam ser ao serviço da Pátria.

Das muitas datas que temos como "marcos" nas nossas vidas, esta deverá ser uma das mais importantes, pois íamos para a guerra, o que a todos assustava. Também éramos foçados a parar o nosso crescimento, motivando, em alguns casos, a modificarmos a nossa forma de estar, e até a alterar todas as prespectivas que tínhamos para o futuro.

Creio, que passados todos estes anos, desse tempo, só nos resta algumas lembranças, e dessas a mais importantes são as amizades que criamos, que ainda são bem visíveis.

Fazemos votos para que as guerras acabem, para que aos jóvens de todo o mundo não aconteça o que aconteceu a nós.  


Navio Pátria, em 27/04/1970. Os da fotos poderão ser alguns da nossa Companhia


segunda-feira, 14 de abril de 2025

 DEVIA ESTAR CALOR!!!!!!

Furriéis: LEMOS FERREIRA E SÉRGIO XAVIER. O Lemos Ferreira estava adido na nossa Companhia.



quinta-feira, 10 de abril de 2025

 FURRIÉIS SAPADORES / NATAL DE 1970


                                                  Sousa  -  Xavier  -  Martins

terça-feira, 8 de abril de 2025

 


 "FLECHAS" - O EXÉRCITO SECRETO DA PIDE / DGS

                                   

                                   


m 1967, seis anos depois do início da guerra em Angola, a PIDE/DGS começou a recrutar novos membros entre algumas etnias africanas com o objetivo de integrá-los num novo grupo paramilitar autóctone, criado nesse ano pelo inspetor Óscar Cardoso, que tinha então sido transferido para Angola. Esse grupo ficaria conhecido como os “Flechas”.

O emprego de grupos autóctones em ações de combate contra insurgentes independentistas não era uma novidade. Porém, ao contrário de grupos semelhantes criados por ingleses, franceses ou sul-africanos, os “Flechas” atuavam na dependência direta dos serviços secretos da PIDE/DGS. Com a sua criação em 1967 procurou-se, acima de tudo, melhorar a capacidade de recolha de informações estratégicas, operacionais e táticas, tentando desenvolver ações encobertas e clandestinas de combate aos grupos insurgentes, que ganhavam cada vez mais terreno em Angola.

Os “Flechas” eram constituídos principalmente por bosquímanos, um povo que habitava a parte sul de África há vários séculos e que se dedicava à caça e à recoleção. Foi o próprio Óscar Cardoso que lhes escolheu o nome, por utilizarem arcos e flechas envenenadas para caçarem. A grande vantagem de formar um grupo de bosquímanos estava no seu conhecimento do território africano — conseguiam permanecer vários dias destacados em território hostil, alimentando-se do que a natureza lhes dava, perseguindo pistas e seguindo o rasto de insurgentes.

Uma vez encontrados os acampamentos dos independentistas, bastava conduzirem ações de vigília para obterem mais informações e esperarem para fazer uma emboscada. A ordem era que capturassem os opositores e os levassem para serem interrogados. Porém, isso raramente acontecia — na maioria das vezes, os “Flechas” acabavam por matar os insurgentes durante os confrontos. As informações recolhidas no acampamento eram depois entregues a elementos da PIDE/DGS para serem analisadas.