Bem vindo ao blog não oficial do Batalhão de Caçadores 2911/CCS um espaço para partilha de notícias, fotos, recordações e histórias relacionadas com o mesmo. Este Batalhão foi uma força militar formada no Reg. de Infantaria nr.2, em Abrantes, onde lhe foi ministrada a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional (I.A.O.), composto pelas Companhias de Comandos e Serviços e de Caçadores 2696/2697/2698, para prestar serviço no Leste de Angola, distrito da Lunda, entre Abr/70 e Jun/72.
domingo, 27 de abril de 2025
27 DE ABRIL
Faz hoje 55 anos (1970), que por imposição, embarcamos, no Navio Pátria, para terras de Angola, para cumprimento de uma comissão, que nos diziam ser ao serviço da Pátria.
Das muitas datas que temos como "marcos" nas nossas vidas, esta deverá ser uma das mais importantes, pois íamos para a guerra, o que a todos assustava. Também éramos foçados a parar o nosso crescimento, motivando, em alguns casos, a modificarmos a nossa forma de estar, e até a alterar todas as prespectivas que tínhamos para o futuro.
Creio, que passados todos estes anos, desse tempo, só nos resta algumas lembranças, e dessas a mais importantes são as amizades que criamos, que ainda são bem visíveis.
Fazemos votos para que as guerras acabem, para que aos jóvens de todo o mundo não aconteça o que aconteceu a nós.
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Navio Pátria, em 27/04/1970. Os da fotos poderão ser alguns da nossa Companhia |
segunda-feira, 14 de abril de 2025
terça-feira, 8 de abril de 2025
m 1967, seis anos depois do início da guerra em Angola, a PIDE/DGS começou a recrutar novos membros entre algumas etnias africanas com o objetivo de integrá-los num novo grupo paramilitar autóctone, criado nesse ano pelo inspetor Óscar Cardoso, que tinha então sido transferido para Angola. Esse grupo ficaria conhecido como os “Flechas”.
O emprego de grupos autóctones em ações de combate contra insurgentes independentistas não era uma novidade. Porém, ao contrário de grupos semelhantes criados por ingleses, franceses ou sul-africanos, os “Flechas” atuavam na dependência direta dos serviços secretos da PIDE/DGS. Com a sua criação em 1967 procurou-se, acima de tudo, melhorar a capacidade de recolha de informações estratégicas, operacionais e táticas, tentando desenvolver ações encobertas e clandestinas de combate aos grupos insurgentes, que ganhavam cada vez mais terreno em Angola.
Os “Flechas” eram constituídos principalmente por bosquímanos, um povo que habitava a parte sul de África há vários séculos e que se dedicava à caça e à recoleção. Foi o próprio Óscar Cardoso que lhes escolheu o nome, por utilizarem arcos e flechas envenenadas para caçarem. A grande vantagem de formar um grupo de bosquímanos estava no seu conhecimento do território africano — conseguiam permanecer vários dias destacados em território hostil, alimentando-se do que a natureza lhes dava, perseguindo pistas e seguindo o rasto de insurgentes.
Uma vez encontrados os acampamentos dos independentistas, bastava conduzirem ações de vigília para obterem mais informações e esperarem para fazer uma emboscada. A ordem era que capturassem os opositores e os levassem para serem interrogados. Porém, isso raramente acontecia — na maioria das vezes, os “Flechas” acabavam por matar os insurgentes durante os confrontos. As informações recolhidas no acampamento eram depois entregues a elementos da PIDE/DGS para serem analisadas.