RECORDAÇÕES
20 DE
AGOSTO DE 1971
Faz hoje,
precisamente, 52 anos que escrevi uma carta para o meu pai, como habitualmente o
fazia todas as semanas. Dessa forma ia-o pondo ao corrente da minha situação,
quer de saúde, quer do que tinha acontecido no decorrer dessa semana. Em resposta,
a perguntas que me fazia na sua última carta, respondi-lhe desta forma:
“Na sua carta fala-me se ainda
mantenho amizades com os moços que falaram consigo, naturalmente que sim, o de
Leça da Palmeira é sim um amigo com as letras todas, o Sacristão também o é. Sim
e por cá há alguns daí de perto, não são muitos, mas amigos considero todos
aqueles que não me prejudicam em nada, eu também tento não ter problemas com ninguém,
talvez por isso tenho bastantes amigos. Pessoal de Gaia cá na Companhia somos
poucos, sou eu um do Candal, um de Serzedo e dois dos Carvalhos, nas outras
Companhias há mais, mas eu só conheço três, por sinal e azar o único morto que
temos no Batalhão era de Gaia, isto aconteceu há bastantes meses”
P.S. – Com todos
aqueles que menciono, ainda hoje mantenho boas e fortes relações de amizade. “As
amizades não se procuram, fazem-se”
2 comentários:
É verdade o que afirmas. Penso que foi apenas uma vez que falei com o teu Pai. Acho que estava mais Família, penso que a tua irmã também. Enfim ..... já lá vão muitos anos e ainda mantemos esta "jovem" mente bem activa. Que bom, pois além de já nos faltar no grupo um bom número, outros padecem já de outras dificuldades.
Obrigado Carlos por esta "velha" amizade. Continuemos a alimentá-la e a regá-la até quando o patrão/Deus quiser.
Sem qualquer discriminação um abraço para todos os outros que nos acompanham nesta vivência de sã camaradagem.
Saúde para todas as Famílias
Que boa a tua memória Raul!!! Ainda ontem, a propósito desta publicação estive a falar com essa minha irmã. Ela lembra-se perfeitamente desse momento, não conseguindo, naturalmente, lembrar-se com quem falou, mas ficou consciente que eram meus amigos, logo pessoas a considerar, pois eram amigos do seu irmão e com quem ele iria contar nos tempos, que forçosamente, iríamos estar juntos e necessitar uns dos outros. Assim aconteceu e continua a acontecer. Um abraço, para ti, muito grande de amizade e de orgulho por me considerares teu amigo.
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