domingo, 26 de fevereiro de 2023

CERVEJEIRAS

Após a chegada de Batalhões ou Companhias a Luanda, era normal os seus elementos serem convidados a visitarem as fábricas de cerveja existentes na cidade. Não sei se a finalidade era uma cortesia ou uma forma publicitaria de darem a conhecer as sua marcas. Inclino-me mais para a segunda hipótese, pois o potencial de vendas era grande e nada melhor que conquistar o mesmo. Se atendermos a que um Batalhão era composto por cerca de quinhentos elementos e se cada um bebesse uma cerveja por dia, havia os que não bebiam mas outros as beberiam por eles, concluímos que no final da comissão deveriam ser consumidas muito perto de meio milhão de garrafas. Portanto, esse era um bom mercado. Assim, em dia estipulado, 11 de Maio, foi o nosso pessoal, faseadamente, visitar a Fábrica Nocal, Como testemunho da mesma passa-se a seguir uma foto.


Foto enviada pelo Avelino

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

CURIOSIDADES

 O escritor português Valter Hugo Mãe, nasceu em Henrique de Carvalho durante a nossa permanência  nessa cidade. No ano de 2013 visitou a cidade, conforme artigo já publicado no blog em 2018. Hoje encontrei no Museu do Calçado, em S. João da Madeira, os sapatos que o mesmo calçou nessa visita, numa coleção onde constam outros de personalidades do nosso país, como homenagem à indústria daquela cidade. Achei interessante, por isso passo a seguir foto dos mesmos.





terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

 

CERIMÓNIA RELIGIOSA

Não havendo nas nossas instalações militares nenhum local destinado ao culto religioso, não era por isso que não se deixava de praticar tais atos. Porém, essa lacuna não se fazia sentir pois, na cidade, muito perto de nós, existia uma igreja católica romana, onde eram praticadas regularmente cerimónias desse índole. Mesmo assim, nos finais de 1970, Natal ou Ano Novo, o nosso Capelão, José Cendão, resolveu fazer um pequeno ato religioso no nosso quartel. Para isso, no Parque-Auto, improvisou um local de oração e, com todo o respeito, efetuou uma cerimónia, que para quem assistiu teve um significado muito especial, pois a fé de cada um só tem a haver com os seus sentimentos e com o simbolismo que os mesmos para si representam. 

A seguir apresentamos uma foto, da mesa improvisada, que serviu para a realização de tal ato, e houve, e bem, quem aproveitasse para registar o momento. Assim, é-nos possível recordar tal realização.


 Costa - Armindo  - Pombo - Leitão e Avelino


(Foto enviada por Avelino)

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

A ARTE DE BEM RECEBER

Sempre que alguém nos visita, se é por um bom motivo, devemos ser corteses com os mesmos. Na nossa Companhia sempre foi esse o nosso lema, e a prova-lo foi a forma como recebemos todos aqueles que a partir do dia 01 de Junho de 1972 começaram a aparecer pelo nosso quartel. Quem eram eles?: o pessoal que nos ia render, pelo fim da nossa comissão, os militares do Batalhão de Caçadores 3870. Já não eram novos naquelas andanças, já que tinham cerca de cinco meses de comissão. Estavam na zona do Luso e além da CCS era composto pelas Companhias 3483/84/85 e foram rendidos pelo Batalhão de Artilharia 3881. A nossa receção aos mesmo não podia ser melhor, o motivo assim o justificava e todos quiseram saber quem eram os seus substitutos para os saudar e dar-lhes as boas vindas. 

Na messe dos oficiais, com outras condições, também não deixaram que o momento passasse despercebido, organizaram um beberete para receberem e despedirem-se de todos aqueles que os iam render. Tudo foi feito num ambiente de amizade e com desejos que todos eles se sentissem bem na missão que iam começar a cumprir. As fotos que se apresentam a seguir é disso demonstrativo e foram enviadas pelo Vitor Amaral (Ex-Alferes)







sábado, 18 de fevereiro de 2023

VISITA

Há visitas e visitas, que o diga o Avelino; já na cama pronto para descansar e esse descanso é interrompido por amigos, sendo todos bem recebidos pela forma que o mesmo está a encarar a situação. Estaríamos no período carnavalesco? ou seria uma das brincadeiras que o Sargento Cunha gostava de fazer com os amigos? Fica o registo. 



quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

ZANZALAS / QUIMBOS

Todos nós, por curiosidade, gostávamos de saber como era o dia-a-dia da população local nas suas zonas de habitação. Por isso, era frequente idas a tais locais. Nem sempre essa visitas eram bem vistas, mas de uma forma geral éramos bem recebidos e raramente havia quaisquer conflitos.  Por lá se podia ver toda a azáfama dessas pessoas, labutando para poderem ter um nível de vida que fosse consentâneo com a sua dignidade, quase nunca conseguido. As mulheres era frequente vê-las a preparar as farinhas, que eram a base da sua alimentação, carregadas com os filhos às costas. Os homens mais idosos, que por lá se mantinham, além de tratarem  pequenas hortas agrícolas de subsistência, era normal vê-los a descansar e a fumar nos seus cachimbos. Outros dedicavam-se à confeção de artesanato, arte em que os Quiocos eram muito bons na sua produção. Tal motivou que na cidade do Dundo existisse um Museu, da Diamang, onde estavam expostos muitas dessas peças. Tudo tinha uma ordem, que a nós estranhos não era muito visível. Outro dos motivos que nos levava lá era assistir às sua festas: batucadas, danças e outros rituais. 

As fotos que se apresentam a seguir, foram-nos enviadas pelo Vítor Amaral (Ex. Alferes) referem-se a umas das suas visitas a um desses locais. O seu ar de bem disposto leva-nos a crer que estava a gostar de algo que via e sinal que estava a ser bem tratado. Será que nas outras fotos se vê um "feiticeiro? Tal figura existia em todas as comunidades. Uma das outras é visível uma peça do artesanato já falado.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

FALECEU O ZÉ HENRIQUES

Foi com profundo pesar que tivemos conhecimento do falecimento do nosso camarada e amigo JOSÉ FERNANDO CAETANO HENRIQUES, vitima de um ataque cardíaco. O ZÉ HENRIQUES, como era conhecido por todos nós, era Operador Cripto. Pessoa bem conhecida, e que  pela sua maneira de ser, era considerado por todos nós como um bom camarada e amigo. Falar dele não é fácil, pois de tudo tinha um pouco: alegre, bem disposto, às vezes nem tanto, mas sempre numa "boa". Era bem falante e um exímio jogador de bola. Na vertente desportiva dava um jeito em todas as modalidades; jogou voleibol,, basquetebol, andebol, mas no futebol, quer de salão ou de onze, era onde dava mais nas vistas. Fez parte de todas as "seleções" da nossa Companhia, chegando a fazer parte de equipas civis da cidade de Saurimo e até da cidade do Luso.

Era natural da cidade de de Lisboa onde residia até esta data. Esteve presente em muitos nos nossos Almoços-Convívio, que temos vindo a realizar. Nos últimos anos andava todo "babado" pelo novo elemento da família, a sua  querida netinha.

À sua esposa, filhos e restante família, bem como a todos os seus amigos, apresentamos as nossas sinceras condolências.

Militar - Civil
Equipa de Voleibol (3º a contar da direita)

Recebendo um troféu

Equipa das Transmissões (2º. em pé)

Equipa mista, civil (JAEA), militar (De pé no meio)

Equipa de Andebol (Em baixo no meio)