quinta-feira, 15 de março de 2018



I. R. S. - LIGA DOS COMBATENTES - VAMOS TODOS COLABORAR


Nos termos do nº 6 do artº 32º da Lei nº 16/2001, de 22 de junho, os sujeitos passivos de imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS) podem efetuar uma consignação fiscal, a favor de uma Pessoa Coletiva de Utilidade Pública de fins de beneficência, assistência ou humanitários ou de uma Instituição Particular de Solidariedade Social, nas quais se enquadra a Liga dos Combatentes.

Isto significa que 0,5% do imposto liquidado às Finanças e já pago pode reverter a favor da Liga dos Combatentes, sem quaisquer encargos para o Contribuinte.


Para isso, basta preencher o quadro 11 do modelo 3 da Declaração, tal como passamos a mostrar:


irs

domingo, 11 de março de 2018


CONVIVÊNCIAS / AMIZADES



Uma das formas de passar o tempo no período que nos encontrávamos a cumprir a nossa missão era a sã convivência com quem nos rodeava. E esses convívios eram feitos de inúmeras formas: conversando, jogando os mais variados jogos, praticando desporto, etc, etc. Essas manifestações, muitas vezes, realizavam-se, fora dos muros do aquartelamento e transportavam-se para os meios civis e até, embora também militares, com elementos da Força Aérea.

Com os últimos elementos referenciados praticávamos desporto. Como todos se devem lembrar nós tínhamos uma equipe de Andebol, o que acontecia, também, com os mesmos. Foram, ao longo do tempo, vários os confrontos que tivemos. Dos mesmos nasceram, naturalmente, amizades que se estenderam para fora dos recintos desportivos. Normalmente os embates eram disputados nas instalações do Clube Desportivo de Saurimo e os resultados, embora fossem importantes, pois ninguém gostava de perder, eram imediatamente esquecidos na mesa de um qualquer bar com uns canhangulos à frente.

Quando estávamos prestes a acabar a comissão, não deixaram aqueles elementos de organizarem um jogo de despedida. Esse foi nas instalações da Base Aérea. Além do jogo, que foi muito animado, homenagearam-nos, a quem quis ficar, com uma ceia na messe dos cabos-especialistas, havendo no final uma sessão de variedades com fados e música. O convívio durou, praticamente, toda a noite e aconteceu no dia 30 de Maio de 1972. Para nos deslocarmos para a a Base Aérea foi-nos concedido transporte em viaturas militares, devidamente autorizado pelo nosso Major (à época) Estorninho, que quando lhe solicitei o mesmo me apelidou de agitador desportivo. Estava bem disposto..........

As fotos que passo a seguir referem-se ao jogo, cujo resultado não há registo, pois não era o mais importante. Na nossa memória ficou sim a estima e a amizade de quem como nós se encontrava longe de quase tudo.




Carlos Amaral





UM PRETO DE CABELEIRA LOIRA E UM BRANCO DE CARAPINHA NÃO É NATURAL....




De certeza que todos se lembram da publicidade, que há muitos anos, passava na televisão portuguesa recomendando o uso do restaurador para o cabelo marca OLEX, com a frase em título.

Sirvo-me desse anúncio para contar uma peripécia, que aconteceu aquando da nossa presença em Henrique de Carvalho e em que fui um dos protagonistas.

Mas antes, de contar os factos, quero esclarecer que tanto eu, como o outro figurante nada tínhamos, nem temos, contra as pessoas de cor. Aqui nada houve de racismo ou xenofobia E, demonstrativo disso é que nos nossos amigos havia pessoas de todas as cores e que convivíamos com elas da melhor forma.

Assim: estávamos quase a acabar a comissão e depois de uma noite de copos, bem passada, já de manhã, sem saber como, ainda hoje estou por saber, entramos numa porta ao lado do Café-Restaurante Lux. Fomos dar a uma dependência onde se encontrava um funcionário, do mesmo, a confecionar bolos: bolas de Berlim. Ao aperceber-se da nossa presença, como lhe competia, e bem, impôs-se, e mandou-nos sair. Palavra puxa palavra e a situação começou a complicar-se. Eu até compreendi e estava disposto a abandonar o local, mas o outro interveniente, um pouco mais eufórico, entrou, com um certo sentido de humor, na discussão e no meio dela proferiu a seguinte frase: queres ver que vou transformar um preto em branco!!!!!! Então eu reparo que ele estava a olhar para uma caixa que continha farinha para a confeção das ditas bolas de Berlim. Aqui eu vem tentei demovê-lo, mas não consegui, e vai daí, num ápice, ele despeja a farinha na cabeça do funcionário. Resultado: aparentemente, ele ficou branco.

Depois do acontecido, houve uma reação, natural, do ofendido, que investiu sobre o ofensor. Só nos restou desaparecer rapidamente do local, evitando assim outras consequências.

Seguidamente, como era Domingo, vestimos-nos à civil e ao fim do dia passamos pelo restaurante, e em conversa com o seu proprietário, o saudoso Snr. Castro, ele contou-nos o que tinha acontecido, lamentando-se não ter podido servir aos clientes a guloseima. Nós, claro, também, lamentamos, e fomos ouvindo da sua boca que se soubesse quem tinham sido os causadores do prejuízo que lhes não perdoava. Nós concordamos...........

Sobre o outro elemento, "o chamado bandido da ocorrência", não o identifico nem lhe aponto o dedo, mas dadas as circunstâncias, não será muito difícil chegar até ele. Eu, eu tudo fiz para que nada de mal ocorresse; só tive o azar de estar em hora errada no sítio errado e com a pessoa errada. Mas a verdade é que estávamos quase sempre juntos.

Face à pseudo-transformação da vítima, lamento, pois, sou de opinião, como também se dizia no anúncio: O QUE É NATURAL É CADA UM SER COMO É.

Enfim, mais um momento dos muitos que passamos, e que, ainda hoje, com alguma nostalgia, nos fazem lembrar a irrequietude dos nossos vinte anos.

Carlos Amaral