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DE ABRIL
Ao
contrário do que viria a acontecer no mesmo dia, passados alguns
anos, 2006, em que se deu o início da construção da Torre da
Liberdade, em Nova York, a nós, em 1970, tiraram-nos a mesma e
obrigaram-nos a embarcar para Angola, a bordo do navio Pátria. Mera
coincidência, antagónica, de datas.
Passado
um ano, em 1971, já com um ano de comissão cumprida, começávamos
a fazer contas ao contrário, já não faltavam dois anos para o fim,
mas que no dia seguinte o que restava era menos de um.
Nessa
data, que era de aniversário, nada houve de especial a festeja-lo. A
seguir transcrevo o que relatei sobre o mesmo, em carta que enviei
para os meus familiares:
“Já
passaram 365, um ano, 12 meses, 52 semanas, meia comissão etc..
Portanto, só faltam 365 dias; mais um ano; mais 12 meses; mais 52
semanas; meia comissão etc. Enfim já não falta tudo, a coisa vai
passando mais ao menos, sem problema, o que é o principal.
O
dia de aniversário do Batalhão não teve festa alguma a
comemora-lo, mas o rancho foi melhorado, o que já foi motivo de
alegria para todos. A única coisa que teve a diferenciar foi o
Comandante ter decretado feriado da parte da tarde. Assim, e com a
presença dele, disputaram-se os jogos finais do torneio de que já
lhe falei. Sem dúvida que foi um dia diferente de todos, e em todos
os rostos se notava uma certa diferença e até vaidade, por
completarem um ano. Agora já poderemos fazer parte da chamada
“velhice”.
(Carlos Amaral)
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